Ainda estou digerindo a morte de Belchior
Entre nós os fazedores de miçanga(assim chamados principalmente pelos burguesinhos das Exatas) ,nós da Humanas sempre fomos "hippongas", os "baderneiros",os "comunistas",os transgressores,graças a Deus!!!!!!!
Sempre estivemos ligados a luta pela Democracia, a liberdade,a igualdade e ao sindicalismo
Íamos ao comício das diretas, ouvir Wladmir Palmeira na Cinelândia,Brizola na Rio Branco...levávamos porrada era da PE....cada armário Duplex que baixava porrada mesmo, em homem,mulher,crianças e velhos
Sempre tivemos nossos ídolos,políticos,cinematográficos,literários,poetas e músicos
Tive o grande prazer de ouvir Mercedes Sosa no Maracanazinho,de ouvir e apertar a mão daquele homem tão franzino,mas de uma imensidão de caráter...o nosso Cavaleiro da Esperança,Luis Carlos Prestes, conheci Anita Prestes, fui aluna com imenso orgulho do fantástico Leandro Konder, conheci Bóris Fausto..um gênio,em sua humildade ,simplicidade....
Ah e música...muitaaa música, jamais Roberto Carlos...e a galera pseudo romântica, mas os antenados,os poetas, os transgressores....
Fui do DCE...nas festas?Rolava era Tim Maia, Gonzaguinha,Caetano(vaca Profana...),Gil, Osvaldo Montenegro,Raulzito e ele....Belchior....
A morte de Belchior deixa toda uma geração órfã...de poesia, de música,de ideologia...
Divina Comédia Humana, Galos,Noites e Quintais,Rapaz Latino Americano,Mucuripe,Coração Selvagem...ah...letras poéticas,música perfeita
E lá se foi o cearense de Sobral...poetizar em outra dimensão....
Aqui,a saudade fica....
Minha saudade a você Belchior..O poeta musical...
Quando eu não tinha o olhar lacrimoso,
que hoje eu trago e tenho;
Quando adoçava meu pranto e meu sono,
no bagaço de cana do engenho;
Quando eu ganhava esse mundo de meu Deus,
fazendo eu mesmo o meu caminho,
por entre as fileiras do milho verde
que ondeia, com saudade do verde marinho:
que hoje eu trago e tenho;
Quando adoçava meu pranto e meu sono,
no bagaço de cana do engenho;
Quando eu ganhava esse mundo de meu Deus,
fazendo eu mesmo o meu caminho,
por entre as fileiras do milho verde
que ondeia, com saudade do verde marinho:
Eu era alegre como um rio,
um bicho, um bando de pardais;
Como um galo, quando havia...
quando havia galos, noites e quintais.
Mas veio o tempo negro e, à força, fez comigo
o mal que a força sempre faz.
Não sou feliz, mas não sou mudo:
hoje eu canto muito mais
um bicho, um bando de pardais;
Como um galo, quando havia...
quando havia galos, noites e quintais.
Mas veio o tempo negro e, à força, fez comigo
o mal que a força sempre faz.
Não sou feliz, mas não sou mudo:
hoje eu canto muito mais
Nenhum comentário:
Postar um comentário