sexta-feira, 1 de setembro de 2017

P E R F E I T O

Dói no ego e na cara do burguês
Não vê só classe "A" em avião
Ver o pobre deixar de ser freguês
Para ser empresário e ser patrão
Dói saber que seu filho que é doutor
Dividiu sala, ensino e professor
Com os filhos daquele que é porteiro
Filhos estes que vêm da escola pública
Antes órfãos das letras da República
Mas que hoje escrevem em seu roteiro
Dói ouvir “dei entrada numa casa
E também vou comprar toda mobília”
É o pobre voando sem ter asa
Na conquista de um teto pra família
E a dor só aumenta para alguns
Quando notam que os sonhos são comuns
E que vão muito além da burguesia
Dor apenas restrita aos idiotas
E que tremem na base dos hipócritas
Protegidos na própria covardia
Quando um negro consegue a formatura
E tal qual chega lá um quilombola
Igualmente se muda de estrutura
Quando abre num sítio nova escola
Os programas chamados de FIES,
De PROUNI e as BOLSAS são viés
Elencados no exemplo de inclusão
LUZ PRA TODOS é outro exemplo dado
E o BRASIL sendo ALFABETIZADO
Soma um gol no placar da educação
Quem melhor pra saber o que é ter fome
Do que quem já matou a fome alheia?
Quem do povo merece ouvir seu nome
Ser gritado num coro em boca cheia
Do que quem é nascido da pobreza?
E que soube tirar da natureza
O ensino melhor da vida rude
Vai ficar sempre a nossa gratidão
Da cidade maior até o sertão
Bate palmas a nossa juventude
Dança o índio e fala o agricultor
E a mulher sertaneja exalta a voz
Foi-se o tempo de chuva e de amor
E o Brasil vem tombando sobre nós
Com o peso terrível das reformas
Na maldade de quem maneja as normas
Cada ação vampiresca só piora
Mas quem rouba um lugar não é seu dono
E um rei sem ter povo não tem trono
E este povo lhe diz mil vezes fora!
Isabelly Moreira
#Lulaporpernambuco

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