sexta-feira, 18 de novembro de 2016

AS MANOBRAS DOS FASCISTAS, PARA ALIMENTAR COXINHAS

Para denegrir, desvalorizar, criminalizar, jogar na vala comum dos ladrões, páginas fascistas estão postando vídeos com Lula elogiando Sérgio Cabral.
Inocentemente, por falta de argumentos, alguns petistas e outros progressistas rebatem, nos comentários, afirmando que são vídeos falsos, montagens, edições.
Não, não são. São verdadeiros.
Depois de Einstein aprendemos que tudo é relativo, que nada é absoluto, nem mesmo o espaço e o tempo.
Transposto para as ciências sociais, entre elas a política, o referencial de qualquer ato ou acontecimento é a conjuntura, a série de fatores que determinaram e/ou determinam o ato ou o acontecimento.
Se voltarmos a dias recentes, na História, veremos FHC e Lula abraçados, Cabral e Garotinho, Dilma e Temer, Serra e Jango, Aloysio Nunes e Marighela... Até Fidel e Kennedy se abraçaram e trocaram palavras amigas.
Determinando as conjunturas que tais fatos se deram, veremos que Lula e FHC abraçaram-se nos palanques das Diretas Já, quando os dois pleiteavam a mesma coisa; Cabral e Garotinho buscavam a unidade fluminense entre fundamentalistas e tucanos, uma realidade, hoje, a nível nacional; Dilma e, antes, Lula, tinham que governar e neste sistema híbrido, entre o presidencialismo e o parlamentarismo, sem maioria parlamentar não se governa (vide Collor e a própria Dilma), então tanto Lula quanto Dilma se viram obrigados a buscar o PMDB, oportunista partido majoritário; quando Serra e Jango se abraçaram, Serra era quase um adolescente, presidente da UNE, fervoroso nacionalista e democrata; Aloysio era guarda-costas de Marighela, um revolucionário tido como muito corajoso e cruel (depois levantou-se suspeitas se não foi Aloysio que dedurou Marighela, tanto que no dia em que foi assassinado, Aloysio tinha arrumado um jeito de não estar de serviço); Kennedy estendeu o tapete vermelho para Fidel porque ainda não o sabia um nacionalista. Ao sabê-lo, impôs um boicote, jogando-o nas mãos dos russos, quando Fidel se converteu ao marxismo...
Repare que as coisas só fazem sentido se contextualizadas, inseridas numa conjuntura (não só na política, em tudo. Não ver a natureza assim, com tudo interligado, é que produz os desastres ecológicos, a poluição, os desmatamentos).
Os meus seguidores antigos sabem que há anos afirmo que Cabra é tucano, sempre foi tucano, nunca deixou de ser tucano.
As diferenças entre cariocas e paulistas são enormes e entre elas está o fato de que paulistas não vivem sem os chicotes tucanos nos lombos, e os cariocas não suportam tucanos.
Sabendo disso, Cabral fingiu abandonar o PSDB, filiando-se ao PMDB fluminense, arrastando uma trupe com ele, entre eles o prefeito Eduardo Paes.
A aproximação de Cabral de Lula se deu de maneira oportunista, com o hoje hóspede do Complexo Penitenciário de Bangu se aproveitando da popularidade de Lula, primeiro, e da possibilidade da própria projeção, quando Lula usou o seu prestígio internacional e trouxe a Copa e as Olimpíadas para o Rio de Janeiro.
Mas em nenhum momento Cabral se afastou do PSDB e a prova são as abundantes fotos dele com Aécio Neves, nas noites cariocas, em restaurantes de luxo e points top, gastando dinheiro a rodo e conspirando contra os brasileiros, principalmente cariocas e mineiros.
De dia Cabral ia a Brasília, buscar verbas com Lula, de noite reunia-se com Aécio, a exemplo de Geraldo Alkimin, que foi à Brasília, de pires na mão, pedir dinheiro à Dilma, porque o volume morto do Cantareira estava acabando e os paulistas, que já tinham deixado de tomar banho, estavam prestes a morrer de sede (lá vem porrada de Sampa rsrsrsrs), recebeu uma nota preta e, retornando a São Paulo, mostrou-se grato, fazendo violento discurso, pedindo a deposição de Dilma.
Com isto não estou defendendo o PMDB fluminense, de Cunha e Picciani, presidente da Alerj, não menos rato que Cunha, Cabral e Paes.
E porque escrevo isso?
Irrita-me sobremaneira ver companheiros agindo como coxinhas, usando as mesmas argumentações dos coxinhas, o que é ótimo para os coxinhas, já que nos nivela com eles.
Não basta contrariar as minhas convicções para ser uma mentira.
Se contraria as minhas convicções, fico quieto, informo-me e rebato, justificando e mostrando a contradição, de maneira a encerrar o assunto.
Dizer que é mentira, sem saber se é, é comportar-se como coxa.
Não é uma bronca, é um carinhoso e preocupado alerta.
Francisco Costa
Rio, 18/11/2016.

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