Sei que é ignorância, visão precarizada estrategicamente pela mídia, pelo controle da educação, pela mercantilização da cultura. Mas não consigo deixar de sentir um certo asco quando vejo expressões como "vergonha de ser brasileiro", "isso é brasil" e outras idiotices explícitas. Enceguecidas pela mídia e pelo olhar restrito ao próprio umbigo e cercanias, essas pessoas vêem o país nesse punhado de marionetes colocadas pelos interesses banqueiro-empresariais nos postos-chave da sociedade. Não vejo o país representado por essa escória humana, ando no território nacional desde que nasci, conheço os povos, os sotaques e os costumes espalhados por esse continente que é o Brasil, com toda a beleza da solidariedade, do acolhimento, da amorosidade que encontro em toda parte, e sei que o foco da mídia não aponta a realidade verdadeira, e sim cria realidades mentirosas. É uma estratégia bem sucedida que leva as pessoas a cometerem esses disparates - aderidas ao sentimento de inferioridade implantado em todos os territórios do mundo onde haja interesses imperiais nos recursos locais.
O desprezo pelos povos e a destruição da auto-estima - e, ao mesmo tempo, a idolatria pelos exploradores - é um trabalho profundo, nas estratégias de saque e domínio desses parasitas podres de ricos mundiais que acumpliciam as elites locais - favorecendo-as com privilégios, poderes e riquezas - que, subalternizadas de fora, desprezam ainda mais os seus próprios povos.
Texto: Eduardo Marinho
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